É com muito orgulho que damos conta desta maravilhosa notícia.
O nosso conhecido professor Amílcar Covelo, docente do 1º ciclo, na Escola Castro Matoso, do Agrupamento de Escolas de Oliveirinha, participou neste concurso dinamizado pelo autor Pedro Chagas Freitas e.... foi o grande VENCEDOR.
Ficamos à espera de um livro?... Será para breve?
Da página de Pedro Chagas Freitas no Facebook retirámos a boa nova.
"Amílcar Covelo nasceu no dia 15 de março de 1967, numa pequena aldeia da serra da Freita, Vale de Cambra.
Filho de agricultores, passou a sua infância e juventude entre a escola e o amanho da terra.
Em 1987, Amílcar entrou na Universidade de Aveiro no curso de professores do ensino primário.
Influenciado pelo professor Idalécio Cação, escritor, poeta e crítico literário da U. Aveiro, com o qual manteve contacto mesmo após a sua aposentação, Amílcar iniciou-se no mundo literário com “Quando os lobos uivam” e “Terra granítica”, romances não publicados.
Em 1995, entrou na Escola Superior de Educação Almeida Garrett, em Lisboa, onde tirou o curso de Educação Física para o 2.º ciclo do Ensino Básico.
Atualmente, leciona ao 1.º Ciclo E.B. em Aveiro, cidade onde vive com a esposa e três filhas: Sara, Joana e Sofia.
Baseado na sua infância, escreveu recentemente o conto infanto- juvenil “O maior sonho do mundo”, ilustrado pela sua filha Sara (Mestre em Animação e Ilustração).
E AQUI UM DOS TEXTOS PRODUZIDOS PELO AUTOR AO LONGO DA PROVA:
Não subo as escadas da torre mais alta da cidade para meditar. Mas cento e dezassete degraus contados, estranhamente, estão a trazer-me os pensamentos mais disformes. Mais devagar. Já não existo, minha filha. Sou o fantasma que compraste com a tua desilusão. Este sobretudo é comprido demais para subir em caracol. Pu-lo sobre os ombros como se fosse a minha mortalha. Tem quase a tua idade. Só as galinhas sabem que ainda o uso. A água que escorre por estas escadas ainda não chegou ao chão. Todos estes sinos terão razão, mesmo badalando um para cada lado, mas não sei se saberão tocar por mim. Já não chove. Nunca me levaste ao Alentejo. Sei que não foste para aí por causa da chuva. Jamais me perdoaste por eu ter ralhado tudo de uma vez com a tua mãe. Não fui eu que abri a porta à sua morte. Saíste a mim, no que toca a castigar. Quando acordo de noite, acendo a luz para ter a certeza de que não estou enterrado ao lado dela. A vida assim aleija. Já não é este o meu lugar. Afinal, a portinhola do cimo está aberta. Não sei se isto é obra do vento. Também deixei as galinhas sem porta. O largo vai-se encher de aflitos. Deviam acudir-me enquanto há tempo. Mas há uma parte de mim que não passará deste resguardo. Não quero asas. O sobretudo ficará aqui. Quando o vires, reconhecerás o bolso dos chocolates. Rasgou-se. Há uma passagem para o forro interior. De momento, não tenho outro cofre para te deixar o melhor de mim. Compreenderás. Sabes que nem sempre fugiste de mim. Não sabia que tinha cá o telemóvel. Tem várias chamadas por atender e mensagens por ler, “Avô, responde! A mãe teve um acidente e quer ver-te.”
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